quinta-feira, 7 de outubro de 2010

CANDIDO PORTINARI

Retirantes
(1944) painel a óleo sobre tela
190 cm x 180 cm
Museu de artes de São Paulo.


A acentuada força dramática da série retirantes nasceu das visões do Candido menino. Desde pequeno, assistia da janela ao vai-e-vem das sofridas famílias que fugiam da seca do nordeste á procura de trabalho. Eram famílias inteiras em estado de grande pobreza, imagens que marcaram a vida do menino e do pintor. Sensível, denunciou, através do pincel, a degradação de uma parcela significativa de homens e mulheres brasileiros, trabalhadores e sofredores. A atmosfera dramática é reforçada pela distorção figurativa: seus retirantes são esqueletos barrigudos, que expõem uma máscara de sofrimento.
O dinamismo da composição desnuda a terra brasileira, ao mesmo tempo em que coloca o homem como centro. Os rostos cansados e desfigurados, a expressão de apatia e o assombro substituem o medo e a incerteza. As personagens maltrapilhas, esquálidas e mutiladas pela vida dão um tom grave e compenetrado á cena. O monocromatísmo acentua o sentimento de compaixão pelo destino destas pessoas.


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