domingo, 10 de outubro de 2010

GOYA

O três de maio,1808          (1814)
Óleo sobre tela
266 cm x 345 cm
Museu do prado Madri (ESPANHA)

 Uma das obras mais impressionantes da carreira de Goya, pela enorme carga de dramaticidade. O quadro descreve o fuzilamento de cidadãos espanhóis que haviam se rebelado contra a ocupação francesa liderada por Napoleão Bonaparte, entre 1808 e 1814. Segundo Goya, este quadro teve como objetivo “perpetuar com o pincel as ações e cenas mais heróicas e notáveis de nossa gloriosa insurreição contra a tirania”.
 Á noite uma fileira de soldados, dos quais não se vêem os rostos, prepara-se para atirar. Entre os condenados á morte, as expressões vão do desafio ao desespero. Mas a figura mais impressionante é a de um homem ajoelhado, que abre os braços aguardando seu trágico destino.
 Goya não mostra seus compatriotas com gigantismo, nem exagera mostrando soldados caricatos. A força da tela está em seu próprio, contudo. O horror da cena por si só já perpetua a bravura dos homens que serão assassinados e condenados a bestialidade dos militares franceses.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Mestiço
(1934) óleo sobre tela
81 cm x 65,5 cm
Pinacoteca do estado de São Paulo.

O impacto dramático da obra flagra traços carregados de contraste entre o preto e o branco e o expressionismo das cores. O quadro mostra um mestiço retratado com mãos forte e calejado pelo trabalho. Mais do que retratar o país enquanto etnia, Portinari revelou um Brasil social. Suas primeiras obras com esta temática foi despejados, de 1934.
A historiadora Annateresa Fabris escreveu que o grande “impulso renovador dos anos 30 foi descobrir o homem social brasileiro”. Um pequeno grupo de intelectuais  reuniu-se ao redor de Portinari,considerando-o o maior representante plástico do modernismo no Brasil.
O próprio escritor Mario de Andrade revelou-se especialmente entusiasmado com a primeira exposição individual do artista e, mais ainda, com a permanência de mestiço na pinacoteca do estado, a primeira instituição publica a abrigar uma obra de Candido Portinari no acervo.


CANDIDO PORTINARI

Retirantes
(1944) painel a óleo sobre tela
190 cm x 180 cm
Museu de artes de São Paulo.


A acentuada força dramática da série retirantes nasceu das visões do Candido menino. Desde pequeno, assistia da janela ao vai-e-vem das sofridas famílias que fugiam da seca do nordeste á procura de trabalho. Eram famílias inteiras em estado de grande pobreza, imagens que marcaram a vida do menino e do pintor. Sensível, denunciou, através do pincel, a degradação de uma parcela significativa de homens e mulheres brasileiros, trabalhadores e sofredores. A atmosfera dramática é reforçada pela distorção figurativa: seus retirantes são esqueletos barrigudos, que expõem uma máscara de sofrimento.
O dinamismo da composição desnuda a terra brasileira, ao mesmo tempo em que coloca o homem como centro. Os rostos cansados e desfigurados, a expressão de apatia e o assombro substituem o medo e a incerteza. As personagens maltrapilhas, esquálidas e mutiladas pela vida dão um tom grave e compenetrado á cena. O monocromatísmo acentua o sentimento de compaixão pelo destino destas pessoas.


sábado, 2 de outubro de 2010

Sandro Botticelli

Primavera
(c.1478)
Têmpera sobre madeira
201 cm x 313 cm
Galeria degli uffzi,
Florença (ITÁLIA)
A execução de primavera, um de seus mais célebres trabalhos, não foi uma escolha própria do artista, mas praticamente lhe foi imposta.
Ao que tudo indica, a obra foi encomendada pela família Médici para a Villa di Castello, residência de verão do clã que dominava Florença. O mecenas Lorenzo di Médici também teria sido responsável pela encomenda de outras duas obras mitológicas importantes de mestre:o nascimento de Venus e palas Atenas e o centauro. A figura mítica da primavera está cercada de alegorias tiradas da antiguidade.
Este detalhe representa justamente Flora, a deusa da primavera entre os romanos. No quadro geral, há, á esquerda de flora, Clóvis, a mesma deusa entre os gregos, e Zéfiro, o vento oeste, que se casou com flora. Vale notar que ela está ornamentada com roupas gloriosas e jóias de uma mulher casada de sociedade florentina, simbolizando a maternidade. Algumas interpretações dão conta de que as rosas simbolizam as coisas boas da vida. A técnica utilizada para a pintura foi a da têmpera sobre madeira, comum em várias obras dele. Vale notar a semelhança do rosto de suas Vênus, palas Atenas e primavera.


Botticelli

Botticelli
   O nascimento de Vênus(c.1485)
     Têmpera sobre tela
      172 cm x 278 cm
     Galeria degli uffizi,
     Florença (ITÁLIA)
Considerada sua obra mais famosa, o nascimento de Vênus exprime a espiritualidade do autor e sua preocupação com a beleza. A exemplo de primavera há varias interpretações possíveis para esse quadro. Vênus é tão frágil e delicada que, mesmo nua, nada sugere de erótico. Há quem a veja como um símbolo da humanidade desamparada á  espera do renascimento de Deus por meio do batismo. Para outros, a deusa do amor personifica o ideal da verdade que, na doutrina platônica, identifica-se com a beleza. Alguns estudiosos do pintor enxergam na quietude do quadro a transição do artista para uma fase de recolhimento e rígida retidão moral. A pobreza de ornamento é o descarte de todo o supérfluo, a busca apenas do autentico e essencial.
A imagem que aparece a direita de Venus, preste a cobrir a deusa com o manto florido, é uma ninfa. Sua presença se refere ao poema de Homero, no qual talvez ele tenha-se inspirado. Á direita de Venus está Zéfiro, o deus do vento. Segundo a tradição mais corrente, a deusa do amor nasceu da espuma formada sobre o mar pelos testículos do céu. A deusa se oferece doce ao olhar do mundo, mas não parece frágil.


sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Auto-retrato Van Gogh

VICENT  VAN GOGH

Auto-retrato(1889)
Oleo sobre tela.
65 cm x 54 cm,
museu d’ orsay,París(França)

Foi o ultimo dos auto-retratos pintado por VAN GOGH.na época,ele estava internado no SAINT-RÉMY,para onde foi por vontade própria em maio de 1889. Cinco meses antes ele havia discutido com o pintor amigo GAUGUIN e ferido a própria orelha.
Sua pinturas,nessa fase,mostram expresso em curvas continuas e ondulantes. Mais uma vez,contudo,a cor tem vida própria e, muitas vezes,indeperdente em relação ás formas pintadas pelo artista.
 É  o que acontece nesse quadro que traz um fundo coberto por espirais em tons azul e verde com a roupa do artista fundindo-se nele;seu rosto destaca-se pela barba rúiva, pelos traços tensos e pelo olhar fixo.
Ao enviar o quadro para o irmão THEO,VAN GOGH escreveu: “espero que repares que a expressão do meu rosto se tornou mais calma,embora o olhar esteja  menos firme que antes,segundo me parece”.

VICENT VAN GOGH

              DOZE GIRASSÓIS NUMA JARRA
(1888) ÓLEO SOBRE TELA
91 CM X72 CM
BAYERISCH STAATSGEÄDESAMMLUNG,
MUNIQUE( ALEMANHA)

Doze girassóis numa jara foi a primeira pintura de uma série realizada por VAN GOGH. Quando pintou esta tela,em agosto de 1888, ele havia acabado de se mudar para Arles,na França, e planejava montar uma comunidade artística em sua casa-foi em Arles que VAN GOGH viveu uma fase de produção espetácular,alternada com suas mais violentas crises de alucinação que o levaria,mais tarde á INTERNAÇÃO. Depois de convidar PAUL GAUGUIN para morar com ele,decidiu renivar a decoração. Assim descreveu seus planos ao irmão.
 Theodorus,em carta de agosto de 1888: “ agora, que espero viver com Gauguin num ateliê só nosso,pretendo decora-lo. Estou pensando em pendurar meia duzia de quadros de girassóis,uma decoração na qual amalelos de tons diferentes brilharão sobre fundos variados de azul,tudo emoldurado por ripas de madeira pintada de laranja. Doze Girassóis numa janela  foi pintado cinco meses antes de VAN GOGH cortar um pedaço da própria orelha.
(PINACOTECA CARAS)